PDR2020-8.1.5-FEADER-017699
A nível ambiental, o declínio florestal em Portugal diminui a biodiversidade, pondo algumas espécies em perigo e levando a que outras desapareçam por completo do país. As áreas que sofreram desflorestação rapidamente tornam-se áridas, impedindo que as espécies nativas se reinstalem na região, dando lugar a vegetação de baixo porte ou à proliferação artificial de espécies de crescimento rápido, como é o caso do eucalipto. A destruição da floresta leva ao desaparecimento da fauna e da flora dessa região e, a uma elevada erosão do solo desprotegido, a uma modificação das bacias hidrográficas, muitas vezes com grandes prejuízos materiais e mesmo de vidas humanas. A emissão de dióxido de carbono será maior, e o dióxido de carbono fixado pelas plantas e no solo será menor, já que não existirão plantas para fazer a remoção do dióxido de carbono da atmosfera para a floresta. Como é sobejamente conhecido, tem-se acentuado, ao logo das últimas décadas, a degradação dos solos na Serra do Caldeirão e Planalto de Alcoutim, o que, conjugando com o aquecimento do clima tem levado a uma degradação acelerada das condições edafo-climáticas propicias à existência da regeneração dos sobreirais e azinhais nessas zonas serranas. Existe, nos meios académicos, uma convicção assumida de que os pinheiros são uma ótima espécie pioneira, procedendo a uma melhoria considerável da estação, preparando-a para outras espécies florestais, mais exigentes no inicio do seu ciclo de vida em relação à sombra e à matéria orgânica no solo. Também tem sido demonstrado em diversos estudos académicos que as quercíneas (sobreiro e azinheira têm elevadas taxas de mortalidade jovem se expostas diretamente à luz solar, sem qualquer ensombramento. Os pinhais são também fundamentais relativamente ao rejuvenescimento da fauna e avifauna, criando condições ótimas de abrigo e alimento suporte para inúmeras espécies. Muito associado às plantações de Pinheiro Manso surge o Coelho-bravo, alimentando-se das plantas que se desenvolvem sob as árvores ou nos terrenos agrícolas adjacentes. Desde que não sejam dizimados por doenças ou caça excessiva, estas populações de Coelho são muito favoráveis à ocorrência de diversas espécies de predadores, algumas delas com um estatuto de conservação muito delicado, como o Lince-ibérico e algumas espécies de aves de rapina.
Embora estejamos a falar de uma zona tipicamente propícia para a ocorrência natural de quercíneas, nomeadamente de sobreiro, foi inicialmente instalado um povoamento de misto de Sobreiro X Pinheiro Manso (6x4) com uma linhas de pinho e linhas de sobro alternados. A finalidade de colocar uma espécie como o pinheiro manso seria a de garantir um rendimento mais rápido mas, após estes anos de instalação, os pinheiros não são produtivo, no entanto permitiram dar sustentabilidade e protecção aos sobreiros aí plantados e aos que por força da natureza têm vindo a regenerar-se. Actualmente, os sobreiro jovens sobreviventes cerca de 60 a 65% do total da plantação inicial, agora com idades de 10 a 15 anos, ainda sem produção encontram-se debilitados, não doentes, mas fracos denotando claramente falta de nutrientes e de estrutura de suporte por parte do solo. Após estes anos, o povoamento de sobreiros de ficou sob protecção do pinhal está, embora necessite ainda de uns anos, a começar a ter condições de iniciar um futuro povoamento, um sobreiral. É óbvio que a aposta agora será dar ainda continuidade a espécie pioneira para dar suporte aos sobreiros e confirmar a presença do sobreiros, efectuando um adensamento com recurso a plantas de sobreiro.