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PDR2020-8.1.5-FEADER-041349

A Zona de Intervenção Florestal (ZIF) de Almodôvar Sul é uma zona de transição de montanha muito dobrada com um planalto, dominada por solos xistosos e clima tipicamente mediterrânico (caracterizado por estios moderadamente quentes e secos). O estrato vegetal é maioritariamente constituído por espaços florestais onde se destacam os povoamentos de Quercíneas, nomeadamente o Quercus ilex (sub-espécie var. rotundifólia) e o sobreiro (Quercus suber). Estas duas espécies dominantes ocupam a maioria das zonas florestadas da área ZIF. Estas formações apresentam aqui uma tipologia vulgarmente diferente das daquelas que encontramos nas zonas centrais e mais a ocidente da serra do caldeirão. Estando como zona de transição verifica-se que os sobreirais existem na zona mais a sul e a ocidente e mais a norte e a poente, vamos encontrar os azinhais. Podemos dizer que esta zif tem a característica de transição dos povoamentes, onde passam de sobreirais e azinhais a montados de sobro e azinho. A maioria destes espaços foram outrora aproveitados para práticas agrícolas ou de pastorícia. Actualmente, em regime de semi-abandono, tornou-se característica destes espaços a inexistência de aproveitamento activo do sub-coberto encontrando-se este, normalmente ocupado por matos dominados de esteva (Cistus ladanifer). Apesar da sua adaptabilidade às condições edafo-climáticas e do seu inegável valor ecológico, bem como do seu elevado potencial económico, estas áreas enfrentam um conjunto de ameaças que têm resultado, em muitos casos, num significativo estado de degradação. As más práticas agrícolas e a intensificação de usos silvícolas normalmente associados aos pinhais e eucaliptais, que resultam na alteração da ocupação do solo em vastas áreas, a recorrência de incêndios florestais, menores períodos de retorno e a ocorrência de vários problemas sanitários potenciadores do denominado “declínio do sobreiro e da azinheira” contam-se entre aqueles com maior expressão. A conjugação destes factores, associados à idade avançada dos actuais povoamentos e às reduzidas taxas de regeneração natural permitem concluir que, no médio/longo prazo poderemos estar a assistir à inviabilidade destas áreas florestais e à consequente redução do valor ecológico e económico dos territórios de que são autóctones. Muitos montados não são sistemas ecologicamente sustentáveis, na ausência de gestão. A persistência da pastagem depende do sistema agropastoril respectivo e a componente arbórea de acções de silvicultura que garantam a regeneração da componente arbórea do sistema, que geralmente não é suficiente para garantir a perpetuidade da componente arbórea. A reversão deste processo de degradação reveste-se, portanto, de grande importância constituindo as ZIF, pela sua dimensão territorial os actores preferenciais para a implementação de estratégias de gestão que garantam esse objectivo. É nestas áreas, sob a supervisão de entidades gestoras com capacidade técnica para adoptar as referidas estratégias com sucesso, que o investimento em intervenções que visem recuperar o potencial ecológico (como a presente Operação) tenderá a obter maiores taxas de sucesso.

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